O General Fidié desloca-se para Parnaíba
Quando Fidié soube da proclamação da independência feita pelos parnaibanos em 19 de outubro de 1822, rompendo os laços que uniam o Piauí a Portugal, tomou a decisão de marchar com quase todo o efetivo militar rumo a Parnaíba com o objetivo de manter a dominação portuguesa sobre o Piauí e sufocar o movimento libertador.
De Oeiras para Parnaíba, a distância era muito grande para os padrões da época, cerca de 660 quilômetros. Fora o grupo de oficiais que iam a cavalo, os soldados teriam de fazer o trajeto a pé, o que constituía tarefa das mais árduas, mesmo para um exército bem treinado e disciplinado. Fidié partiu em 13 de novembro de 1822 de Oeiras, capital imperial do Piauí, com destino a Parnaíba, passando por Campo Maior.
Fidié chegou a Campo Maior em 24 de novembro, depois de onze dias de marcha acelerada. Antes da chegada de Fidié em Campo Maior, o clima na cidade era de alegria. Com a chegada dele e de toda sua tropa, tudo mudou. Alguns passaram a dar vivas ao imperador D. João VI e a Portugal, sendo que estes que passaram a festejar eram lusitanos ali residentes, alguns colaboradores e uma pequena parte do povo, os últimos temendo represálias.
Para mostrar sua força, Fidié passou treze dias acampado em Campo Maior antes de seguir para o litoral.
Como o objetivo de Fidié era prender os insurretos parnaibanos e restabelecer o império português no litoral, destituído desde 19 de outubro, ele partiu para Parnaíba em 8 de dezembro de 1822, deixando Campo Maior sob a responsabilidade do tenente-coronel João da Cunha Rebelo com cem praças, cem granadeiros e alguns instrumentos bélicos, além de milicianos que serviam de artilheiros para as peças de campanha.
Ao saber da aproximação de Fidié, os independentes parnaibanos fogem para o estado vizinho Ceará. O exército de Fidié era composto por seis mil homens. Os portugueses ainda contavam com o apoio de navios e barcos instalados na costa parnaibana para ajuda no caso de uma emergência.
Fidié chegou em Parnaíba no dia 18 de dezembro de 1822. Sem a presença dos líderes que tinham proclamado a independência do Piauí, ele não encontrou qualquer resistência. Logo na sua chegada houve festas, missas e até fogos de artifício. Fidié se sentia o próprio rei.